sexta-feira, 28 de setembro de 2012
Fiona
Escrevo para agradecer a todos aqueles que torceram pela nossa Fiona.
Ela está óptima como podem ver ... Recuperou a alegria de viver e todos os dias dá-nos uma lição sobre a importância das coisas ou a falta dela ...
quinta-feira, 27 de setembro de 2012
Criar um lago usando garrafões
As garrafas e garrafões de plásticos, após o uso, podem ser aproveitados das maneiras mais variadas ...
Há no entanto uma ideia que, acho eu, nunca foi experimentada. Cheguei a esta ideia a partir dum comentário de Paulo Vieira.
Se juntarmos umas centenas de garrafões (daqueles de cinco litros, os mais comuns), lhes cortarmos a parte superior, deixando-os como pequenos baldes, e os distribuirmos por uma área de terreno, em pé, um junto ao outro, o efeito seria parecido a um pequeno lago. Os garrafões ficariam cheios com água da chuva, e obteríamos uma superfície de água, de baixa profundidade, a custo próximo de zero.
Claro que há desvantagens em comparação a um lago verdadeiro. A água não circula entre garrafões, portanto ficaria bastante compartimentada. Também não comunica com a terra subjacente (mas num lago artificial também não comunica).
Apesar destas desvantagens, acho que seria interessante observar os efeitos a longo prazo da introdução desta superfície de água. Apareceriam com certeza flora e fauna novas : algas, musgos, líquens, moscas, mosquitos, libelinhas, caracóis, rãs. E haveria provavelmente uma interacção com o meio circundante, que seria interessante observar.
Esta ideia tem ainda a vantagem suplementar de poder ser realizada em terreno não plano. Os garrafões podem perfeitamente ser distribuídos por uma encosta, o que seria impossível para um lago normal. E podemos dar a esta superfície de água qualquer forma imaginável.
Acrescentado em 2013.07.22
Entretanto descobri uma desvantagem importante desta ideia. Quando introduzimos na natureza recipientes com parredes verticais e escorregadias, muitos insectos afogam-se lá. Num lago normal, as margens são diferentes e os insectos que caem na água conseguem trepar e salvar-se, num garrafão não conseguem. Assim, esta ideia acaba por ser prejudicial para o ecosistema. Talvez seja possível colmatar esta desvantagem colocando em cada garrafão um pau ou uma cana, para os insectos se poderem salvar trepando.
como vasos para plantas |
como tijolos |
numa horta vertical |
como tijolos |
Há no entanto uma ideia que, acho eu, nunca foi experimentada. Cheguei a esta ideia a partir dum comentário de Paulo Vieira.
Se juntarmos umas centenas de garrafões (daqueles de cinco litros, os mais comuns), lhes cortarmos a parte superior, deixando-os como pequenos baldes, e os distribuirmos por uma área de terreno, em pé, um junto ao outro, o efeito seria parecido a um pequeno lago. Os garrafões ficariam cheios com água da chuva, e obteríamos uma superfície de água, de baixa profundidade, a custo próximo de zero.
Claro que há desvantagens em comparação a um lago verdadeiro. A água não circula entre garrafões, portanto ficaria bastante compartimentada. Também não comunica com a terra subjacente (mas num lago artificial também não comunica).
Apesar destas desvantagens, acho que seria interessante observar os efeitos a longo prazo da introdução desta superfície de água. Apareceriam com certeza flora e fauna novas : algas, musgos, líquens, moscas, mosquitos, libelinhas, caracóis, rãs. E haveria provavelmente uma interacção com o meio circundante, que seria interessante observar.
Esta ideia tem ainda a vantagem suplementar de poder ser realizada em terreno não plano. Os garrafões podem perfeitamente ser distribuídos por uma encosta, o que seria impossível para um lago normal. E podemos dar a esta superfície de água qualquer forma imaginável.
Acrescentado em 2013.07.22
Entretanto descobri uma desvantagem importante desta ideia. Quando introduzimos na natureza recipientes com parredes verticais e escorregadias, muitos insectos afogam-se lá. Num lago normal, as margens são diferentes e os insectos que caem na água conseguem trepar e salvar-se, num garrafão não conseguem. Assim, esta ideia acaba por ser prejudicial para o ecosistema. Talvez seja possível colmatar esta desvantagem colocando em cada garrafão um pau ou uma cana, para os insectos se poderem salvar trepando.
segunda-feira, 17 de setembro de 2012
Dia da essência
Ontém foi o dia da minha essência : fiz uma coisa que há muito tempo queria fazer. Desbravei a encosta do terreno até chegar a uma macieira reineta e a um marmeleiro. Havia muita maçã estragada ainda na arvore e apanhei-a para a enterrar nas camas. Sempre me fez confusão ver como fica a fruta no chão dos pomares depois da colheita. E estudando permacultura percebi que é prejudicial para as arvores e próximas colheitas. Essa fruta em decomposição ao relento funciona como incubadora de pragas e doenças.
A minha recompensa foi merecida : logo a noite fiz uma marmelada de marmelos, maçãs e açucar amarelo. Uma delícia para o pequeno almoço de hoje.
A minha recompensa foi merecida : logo a noite fiz uma marmelada de marmelos, maçãs e açucar amarelo. Uma delícia para o pequeno almoço de hoje.
sexta-feira, 14 de setembro de 2012
Sem preconceitos : um sabor novo
Como não tenho preconceitos experimentei uma erva daninha que as populações locais chamam de inecha ou inexa (não sei ao certo como se escreve) e cujo nome científico, pela minha pequisa deverá ser Brassica rapa ssp. silvestris.
Duas teorias
A teoria que diz que se houver biodiversidade sufciente, as pragas não chegam a ser prejudiciais confirma-se plenamente.
No nosso páteo, onde precisamente não há muita biodiversidade (o páteo é relativamente pequeno e relativamente isolado do ambiente), temos imensos problemas com pragas. O manjericão está todo comido por lagartas, o tomateiro perde as folhas por causa duma doença que não identifiquei, as couves-flores estão a ser comidas por lesmas, e assim por diante.
No terreno, exactamente as mesmas espécies estão saudáveis. As diversas populações de bichos controlam-se reciprocamente e não chegam a prejudicar as plantas. Não estou a dizer que nunca aparecem pragas. Aparecem, mas não chegam a ter aquele desenvolvimento explosivo e acabam por desaparecer antes de provocar muitos estragos, ou então ficam por níveis baixos de incidência e os prejuízos são mínimos.
O exemplo das lesmas é o mais notável. Nunca vi no terreno uma só lesma. Quanto a caracóis, só muito raramente encontramos. Como se explica isso, quando outros terrenos à volta da aldeia estão completamente infestados por caracóis, e no nosso páteo as lesmas fazem estragos todas as noites ? Encontrei a resposta em Maio passado, quando os pirilampos ofereciam um espectáculo nocturno deslumbrante (pena que não se vejam nas fotos). Estudei a biologia dos pirilampos e descobri (graças à wikipédia) coisas interessantísimas. Os pirilampos são indicadores da saúde dum ecosistema e da poluição luminosa. Mas o mais estranho é que a sua ementa inclui lesmas e caracóis. Está assim explicada a falta destes moluscos no nosso terreno. A propósito, já não vemos pirilampos à noite, provavelmente o seu ciclo de vida já terminou este ano. Esperamos revê-los na próxima primavera.
Os pirilampos usam os sinais luminosos como uma linguagem nupcial. Por isso, a iluminação artificial é-lhes altamente prejudicial, para não falar do uso de pesticidas e de herbicidas. A propósito da importância duma noite escura, sem luzes artificiais, vale a pena ver este artigo no Público.
O que não se confirmou foram as nossas expectativas iniciais de podermos fazer agricultura sem regar. A proximidade dum riacho fortaleceu essa nossa esperança, bem como a abundância de canas e de silvas, que indicam humidade subterrânea. Mas quando o calor chegou, em Junho, as plantas começaram a morrer aos poucos. Regámos a mão durante quase um mês, com muito esforço nosso e com a ajuda do princípio dos vasos comunicantes (ver a foto do Cristian publicada em 18 de Junho). Mesmo assim, as plantas ressentiam-se, e por isso comprámos uma bomba a gasolina para extrair água do poço, e estendemos alguns tubos e fitas para rega gota-a-gota. Não é uma solução muito sustentável, mas por enquanto teve que ser. No futuro talvez consigamos instalar uma bomba movida a vento ou a energia solar, juntamente com um depósito elevado. A moral da história : em Portugal, no verão, é preciso regar, mesmo a 20 metros do leito do riacho. Claro que a cobertura de palha ajuda, sem ela seria precisa muito mais água. Nas camas cobertas de palha, a humidade mantém-se durante mais tempo.
no páteo |
no terreno |
No terreno, exactamente as mesmas espécies estão saudáveis. As diversas populações de bichos controlam-se reciprocamente e não chegam a prejudicar as plantas. Não estou a dizer que nunca aparecem pragas. Aparecem, mas não chegam a ter aquele desenvolvimento explosivo e acabam por desaparecer antes de provocar muitos estragos, ou então ficam por níveis baixos de incidência e os prejuízos são mínimos.
O exemplo das lesmas é o mais notável. Nunca vi no terreno uma só lesma. Quanto a caracóis, só muito raramente encontramos. Como se explica isso, quando outros terrenos à volta da aldeia estão completamente infestados por caracóis, e no nosso páteo as lesmas fazem estragos todas as noites ? Encontrei a resposta em Maio passado, quando os pirilampos ofereciam um espectáculo nocturno deslumbrante (pena que não se vejam nas fotos). Estudei a biologia dos pirilampos e descobri (graças à wikipédia) coisas interessantísimas. Os pirilampos são indicadores da saúde dum ecosistema e da poluição luminosa. Mas o mais estranho é que a sua ementa inclui lesmas e caracóis. Está assim explicada a falta destes moluscos no nosso terreno. A propósito, já não vemos pirilampos à noite, provavelmente o seu ciclo de vida já terminou este ano. Esperamos revê-los na próxima primavera.
Os pirilampos usam os sinais luminosos como uma linguagem nupcial. Por isso, a iluminação artificial é-lhes altamente prejudicial, para não falar do uso de pesticidas e de herbicidas. A propósito da importância duma noite escura, sem luzes artificiais, vale a pena ver este artigo no Público.
O que não se confirmou foram as nossas expectativas iniciais de podermos fazer agricultura sem regar. A proximidade dum riacho fortaleceu essa nossa esperança, bem como a abundância de canas e de silvas, que indicam humidade subterrânea. Mas quando o calor chegou, em Junho, as plantas começaram a morrer aos poucos. Regámos a mão durante quase um mês, com muito esforço nosso e com a ajuda do princípio dos vasos comunicantes (ver a foto do Cristian publicada em 18 de Junho). Mesmo assim, as plantas ressentiam-se, e por isso comprámos uma bomba a gasolina para extrair água do poço, e estendemos alguns tubos e fitas para rega gota-a-gota. Não é uma solução muito sustentável, mas por enquanto teve que ser. No futuro talvez consigamos instalar uma bomba movida a vento ou a energia solar, juntamente com um depósito elevado. A moral da história : em Portugal, no verão, é preciso regar, mesmo a 20 metros do leito do riacho. Claro que a cobertura de palha ajuda, sem ela seria precisa muito mais água. Nas camas cobertas de palha, a humidade mantém-se durante mais tempo.
segunda-feira, 3 de setembro de 2012
Sustentabilidade - motor solar
Continuo com a ideia de aproveitar a energia solar. Por vezes vou ao terreno e dou com um calor terrível, um sol em brasas, e pergunto-me porque não havemos de aproveitar essa energia toda. Há uma grande diferença de temperatura entre os objectos aquecidos pelo sol e a água do poço, por exemplo. Essa diferença de temperatura poderia (e deveria) ser aproveitada.
Tentei construir um motor baseado em aquecimento e arrefecimento sucessivo do ar contido em frascos ou garrafões. Fiz vários protótipos em que a variação na pressão do ar deveria fazer circular água entre os vários recipientes e o peso da água deslocada deveria fazer girar o sistema. Não usam pistões nem válvulas.
Mas nenhum destes protótipos funciona. Os primeiros por não vedarem bem. O último até veda bem, mas o efeito procurado é extremamente lento e a eficácia muito baixa, não chega para vencer os atritos.
O motor Stirling está baseado num princípio ligeiramente diferente. Vi em Tamera dois motores Stirling em funcionamento. Contudo, fiquei com dúvidas sobre a sua utilização prática. Notei que lá em Tamera esses motores não estão a ser usados para efeitos práticos, parece-me que estão lá apenas para serem exibidos, para efeitos pedagógicos.
Outra abordagem interessante é a fluidyne, que também não usa válvulas nem pistões (mais precisamente, a própria água faz o papel de pistão líquido). Estou a tentar compreender a ideia e reproduzir o efeito. Esta abordagem parece estar relacionada com as noções de frequência própria e de ressonância, que me fascinam desde há muito tempo.
Tentei construir um motor baseado em aquecimento e arrefecimento sucessivo do ar contido em frascos ou garrafões. Fiz vários protótipos em que a variação na pressão do ar deveria fazer circular água entre os vários recipientes e o peso da água deslocada deveria fazer girar o sistema. Não usam pistões nem válvulas.
Mas nenhum destes protótipos funciona. Os primeiros por não vedarem bem. O último até veda bem, mas o efeito procurado é extremamente lento e a eficácia muito baixa, não chega para vencer os atritos.
O motor Stirling está baseado num princípio ligeiramente diferente. Vi em Tamera dois motores Stirling em funcionamento. Contudo, fiquei com dúvidas sobre a sua utilização prática. Notei que lá em Tamera esses motores não estão a ser usados para efeitos práticos, parece-me que estão lá apenas para serem exibidos, para efeitos pedagógicos.
Outra abordagem interessante é a fluidyne, que também não usa válvulas nem pistões (mais precisamente, a própria água faz o papel de pistão líquido). Estou a tentar compreender a ideia e reproduzir o efeito. Esta abordagem parece estar relacionada com as noções de frequência própria e de ressonância, que me fascinam desde há muito tempo.
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