quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Os javalis estão de volta :-)) !!

Encontrámos estas pegadas no caminho de
terra batida e há também alguns traços nas camas. Posso dizer que fiquei mas descansada, os javalis sobreviveram ao verão seco, à falta de espaços selvagens para se esconderem e mais recentemente aos caçadores. Sempre que encontro traços de bichos selvagens inunda-me a ternura e a admiração de eles conseguirem sobreviver quase sem terrenos bravios entre uma estrada alcatroada e outra, por entre os sinais de proibição de vazar lixo que mais parecem indicar o contrário ...

Em tempos ao pesquisar sobre a vida dos javalis encontrei este site http://permaculturapedagogica.blogspot.pt/search?q=porcos que descreve a vida dos suínos assim como eu sentia que era mas nunca tinha encontrado em nenhum lado. Vale a pena ler : são mais dignos do que muitas pessoas. É triste : a sujidade que lhes é atribuida corresponde à falta de cuidados dos tratadores deles. Cada vez que vejo um camião com animais vivos fico muito feliz por já não comer carne há sete anos.  Cada um faz a sua parte e a minha pequena parte é esta.

domingo, 4 de novembro de 2012

Separar e reutilizar resíduos

Os resíduos sólidos que nós produzimos em casa recebem um tratamento cada vez mais "amigo do ambiente".

Começámos por separar as embalagens de plástico e metal, já há alguns anos. Os vidros vão para o vidrão, claro. As pilhas para o "pilhão" (espero não ter inventado um palavrão). Os papeis vão para o papelão, ou directamente para a lareira, no inverno.

Desde que começámos a fazer permacultura (nesta primavera), os resíduos orgânicos já não vão para o lixo. Levamos para o terreno e enterramos no sítio duma futura cama elevada. É parecido com a compostagem, mas mais simples. Todos os resíduos orgânicos produzidos na nossa casa são assim enterrados no terreno, incluindo cascas de ovos, espinhas de peixe e conchas (ossos não produzimos porque não comemos carne). Algumas pessoas perguntaram-nos se isso não origina maus cheiros no terreno, mas a verdade é que nós já fazemos isso há meses e não se nota nenhum cheiro. Basta cobrir o lixo com 5-10 cm de terra para eliminar os cheiros.

Resumindo, nós já não colocamos quase nada no contentor do lixo.

Havia um item que ainda resistia às nossas tentativas de tornar a nossa vida sustentável : a areia do gato. Para quem nunca teve gatos, explico : os gatos fazem as necessidades (tanto líquidas como sólidas) dentro de casa, num tabuleiro cheio de areia preparado para o efeito. A areia tem propriedades notáveis (absorve os líquidos e neutraliza os cheiros), vende-se em supermercados em sacos de 5kg. Deve ser mudada todos os dias ou de dois em dois dias. Durante muito tempo, não soubemos o que fazer com esta areia e punhamos ainda no contentor de lixo. Recentemente, Anca-Maria teve uma ideia genial. O caminho por onde vamos ao terreno (de jipe) tem um troço em terra batida, cheio de buracos que no inverno transformam-se em poças. Passámos a levar a areia do gato para colocar nos buracos do caminho (como se fosse entulho). As fezes do gato ficam lá misturadas, mas não vejo mal nenhum nisso.

Nota acrescentada em 2014.03. Ouvi dizer que não convém incluir na compostagem frutos de citrinos, pois as suas propriedades antissépticas atrasam o processo. Até agora nós ignorámos este aviso, mas recentemente descobrimos que as cascas de laranjas e de limões podem ser usadas para outros fins, como por exemplo para fazer chá ou para colocar na água quente da banheira, dentro duma meia de nylon (dá um perfume muito agradável à água do banho). Depois de usadas assim, as cascas de citrinos perdem os óleos essenciais e podem ser incluídas na compostagem sem problemas. Outro pormenor : as cascas de ovos, que anteriormente eram enviadas para compostagem, têm agora uma utilização melhor : são oferecidas às galinhas que as apreciam bastante, pois ajuda-as a recuperar o cálcio que elas investem nos ovos.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Fiona

Apareceu um senhor que afirma ter sido o dono da Fiona. Diz que a cadela é dele e quê-la de volta. Parece bastante insistente.

Devolvia-lhe a cadela sem hesitar se soubesse que iria ser bem tratada. Mas, se realmente ele foi dono dela, não deve ter o hábito de tratar bem dos seus animais, pois nós demos de comer à Fiona durante mais de um mês enquanto ela ainda vadiava nas redondezas da propriedade do dito senhor. Durante esse mês, ela aparentava um estado cada vez pior, estava coberta de carraças e de feridas. Se realmente ele foi dono da cadela, deve tê-la posto fora por causa da idade (ela está velha). O que quer agora de nós, é outra questão. Duvido que queira realmente a cadela de volta. Provavelmente espera obter alguma compensação monetária.

Por enquanto, disse-lhe que a cadela está ainda doente e que está no veterinário. Uma pequena mentira que pode evitar um confronto directo com o pretenso dono. Vamos ver se resulta. Vamos ver o que acontece.