quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Fiona

Agora que o nosso agregado familiar tem mais um elemento (refiro-me à cadela Fiona, recentemente adoptada), gostaria de partilhar algumas impressões.

Ao contrário do que nós pensávamos, Fiona é velhota. Tem poucos anos de vida pela frente. Quando o veterinário me informou disso, notei na voz dele o receio de eu já não a querer. Provavelmente conhece casos de donos que rejeitam animais pela simples razão de serem velhos. Talvez tenha sido isso mesmo que aconteceu à Fiona, para chegar àquele estado. Quando expliquei ao veterinário que a idade não tem importância, que será uma alegria para nós oferecer boas condições e carinho à Fiona nos seus últimos anos de vida, sejam eles poucos ou muitos, ele ficou muito contente. Deveria ter-lhe contado sobre este exemplo ...

Ter um gato ou ter um cão é muito diferente de ter um gato e um cão. Depressa chegámos à conclusão que uma amizade entre Fiona e Nikita não era possível. Talvez se elas fossem mais novas, mas ambas são velhotas e teimosas. Assim, passamos a vida em negociações de paz, pactos de não-agressão, redefinição permanente das fronteiras ...

Quando estou com a Fiona, sinto uma mistura total de alegria e de tristeza. Alegria por ver que ela está a recuperar bem. Tristeza por ver que este tipo de maus tratos são possíveis e acontecem na vida real. Ela não pede atenção. Aceita as festas com contentamento mas também com uma resignação digna que parece dizer Pois, estes agora taratam-me bem, dão-me miminhos. Os outros donos também trataram-me assim durante alguns anos, depois, não sei porquê, mudaram, deixaram de gostar de mim, abandonaram-me. Será que estes vão fazer o mesmo ? E quando ? Quanto tempo vai durar este tratamento carinhoso ? Será que os outros rejeitaram-me por eu ter feito algo mal ? O que devo fazer, ou não fazer, agora, para agradar a estes novos donos, para eles não me rejeitarem também ?

É grande, branca, com olhos negros tristes, parece um urso polar. Fiona, a ursa polar ...

Logo depois de adormecer, começa a tremer e a mexer as patas como se estivesse a correr, ou a defender-se. Deve ter pesadelos ...

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Fiona


Ontem fiz 19 anos de casada e recebi inesperadamente, uma prenda do Céu ...
Fiona é o nome dela.
Estou muito, muito contente !  Cristian e eu salvamos uma galga branca de olhos
negros, abandonada. Sei que fizemos a coisa certa ! Estou feliz !



Para quem tiver tempo de ler vou contar a história dela :
Há cerca de um mês ao caminho do terreno, parámos no topo duma colina para ver o pôr do sol. De repente veio ao pé de nós uma galga branca de olhos negros. A beleza dela impressionou-me tanto como o mau estado e o desespero em que se encontrava. Quis fazer-lhe festas mas Cristian recordou-me a tempo que era melhor trazermos-lhe algo de comer. Fomos para a casa buscar comida e voltámos rapidamente. Procurámo-la em vão nos caminhos de terra batida nas redondezas. Acabamos por lhe deixar a comida no sítio do nosso encontro. Fiquei muito triste. No dia seguinte à mesma hora passámos lá e a comida ainda lá estava. Os dois pensamos o mesmo : já pode ter morrido. No outro dia a comida já tinha desaparecido. Começámos a levar diariamente comida e água para o sítio do nosso encontro. Alguem vinha comê-la. Ainda fomos uns dias de férias e à volta continuámos a levar comida e água para o sítio do encontro. Há dois dias fui ver o pôr do sol sozinha e deixei também comida. Logo após o sol posto passou ao pé do jipe a galga. Tinha acabado de comer e parecia um pouco melhor. Fiquei muito contente de a rever e nem me lembrei de ver por onde ía. Contei ao Cristian e no dia seguinte fiz dum cordão de pele uma coleira para ela e duma pega comprida de mala uma trela. Parecia-me tão estranho e difícil apanhá-la mas fiz isso, nem eu sei porquê. Senti que deveria salvá-la o mais depressa possível. Se se proporcionasse iria fazer-lhe festas, ficariamos amigas e punha-lhe a coleira e a trela e a levaria para a casa. Mas não encontrava o nome dela, para a chamar. E o Cristian disse de repente : "Fiona. É o nome dela." Ontem estava decidida. Ao pôr do sol fui para o sítio do encontro. Mas ela já tinha passado, a comida já tinha desaparecido. Voltei triste e ao mesmo tempo esperançada. Hoje, no meio da tarde, passamos lá de mota, levei comida e tinha a trela comigo. Mas ela não veio. Mais tarde Cristian passou para o terreno e à volta a encontrou. Entre dar-lhe de comer e fazer-lhe festas ligou-me. Fui logo para lá. Fiquei contente de a ver e ela abanou o rabo. Não se manifesta muito mas senti que ela também estava contente. Fiz-lhe festas e falei-lhe de ficar comigo. Mostrei-lhe o carro, abri a porta do carro para ver se ela entrava. Tinha receio mas deixou-me pôr-lhe a coleira e a trela. Depois foi junto à porta-bagagem. Abrimos a porta-bagagem e ela ficou interessada. Cristian pegou-a ao colo e pô-la na porta-bagagem donde tirámos a tampa interior. Assim, com a porta-bagagem fechada, ela tinha a cabeça fora e podia ver pela janela. Arranquei o carro e fomos logo para a casa. Abrimos-lhe a garagem e tinha medo de entrar. Cristian quase a levou ao colo até ao pateo. Fiz-lhe uma cama dum tapete de lã e um saco-cama velho. Está cheia de pulgas, carraças e feridas. Cristian trouxe do veterinário uma pipeta para combater as pragas. Gosto muito de Fiona, faço-lhe festas como se nos conhecessemos desde sempre. Tento limpar-lhe as orelhas e a cabeça e ponho-lhe betadine nas feridas.  Coça-se muito, tem a pele sensivel e deve ter feito uma alergia de tantas pragas. De vez em quando chora um bocadinho. Estou muito contente por ela e por mim. Nem parece verdade. É uma prenda do Céu. 

Amanhã vamos ao veterinário ...   

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Técnicas de reprodução de plantas

No caso específico dos tomateiros, existe uma maneira inusitada de multiplicá-los. Os tomateiros produzem brotos, rebentos laterais entre o caule e um ramo. É costume eliminar esses brotos, pois produzem poucos tomates e gastam inutilmente os recursos da planta.


Esses brotos possuem uma vitalidade notável. Colocados em terra e regados, criarão facilmente raízes e crescerão com vigor. É uma maneira muito fácil de criar novos tomateiros.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Técnicas de reprodução de plantas

As plantas que temos na nossa horta podem ser multiplicadas por métodos diferentes do habitual (colher e guardar a semente, fazer sementeira, depois transplantar a plantícula para o terreno). Por exemplo, se enterrarmos um tomate bem maduro (inteiro ou cortado em metades), as sementes germinarão, e aproveitarão a substância do tomate para se alimentarem, como aliás é suposto acontecer na natureza. As planticulas surgem sãs e vigorosas :


O mesmo acontece com o melão, e provavelmente com outras plantas.
Como é óbvio, as plantículas terão que ser transplantadas para outro sítio, para não ficarem aglomeradas no mesmo lugar.